sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Fahrenheit 451



Ficha técnica:
  • título original:Fahrenheit 451
  • ano de lançamento:1966
  • direção: François Truffaut
  • roteiro:Jean-Louis Richard e François Truffaut, baseado em livro de Ray Bradbury
  • produção:Lewis M. Allen

Uma crítica ao totalitarismo e à ditadura cultural

Nesta alegoria fantástica sobre um futuro incerto, em uma época imprecisa, os Bombeiros atuam como polícia cultural de um governo que controla o pensamento e o modo de agir da população por meio de programas de televisão interativos.

A missão dos Bombeiros: queimar livros e descobrir os "subversivos" que insistem em guardar e difundir edições das mais variadas obras, desde clássicos da literatura, a simples manuais e resenhas. Seu símbolo é uma salamandra e Fahrenheit 451 é a temperatura em que os livros começam a se incendiar.

Toda a palavra escrita é proibida, e os livros, sua maior expressão, tratados como algo proibido, pois desperta emoções e pensamentos independentes aos seres humanos.

Na história, MONTAG um promissor bombeiro que se notabiliza pela perspicácia em desvelar esconderijos e modos de guardar os livros proibidos, acaba por auto-criticar seu papel como destruidor de livros, ao, inopinadamente, se aventurar a furtar um dos volumes que deveria ser destruidos, e passar a ler seu conteúdo. A transformação que se nota em MONTAG, por influência de sua própra cosciência perturbada, e por encontros casuais com uma misteriosa professora, que o instiga a ler cada vez mais, se materializa na revelação íntima de que os seres humanos são tratados como marionetes, manejados por um poder central que controla suas vontades e seus sentimentos, por meio da imposição de uma cultura convenientemente alienante. Após colecionar uma pequena biblioteca, MONTAG, que era um exemplo para toda a sociedade, e motivo de orgulho para sua mulher, transforma-se em um marginal, ao ter o seu segredo revelado (por si mesmo, em sua perturbação agonizante para se livrar dos grilhões intelectuais que passou a enxergar), e passa a ser perseguido pelos próprios Bombeiros, antes seus companheiros de trabalho. Termina por se refugiar nos arrabaldes da cidade, onde vivem os "homens-livro", marginais daquela sociedade, cuja missão é decorar a integralidade de uma obra, para preservá-la, transmitindo-a de forma oral, de geração em geração, aguardando que a idade das trevas se acabe.

Trata-se de uma das mais fantásticas e perturbadoras críticas ao poder totalitário e à ditadura política e cultural. O pano de fundo usado pelo autor, conserva a obra sempre atual, e serve de alerta constante para os perigos da cultura de massas e à repressão da liberdade intelectual.

(http://pt.shvoong.com)